Sobre peixes e notebooks

Tem coisas que são difíceis de acreditar.   Mesmo comprovadas cientificamente.   Segundo matéria do JB Online, foi realizada em Roma uma pesquisa pelo Departamento de Psicologia Geral da Universidade de Pádua.   Esse estudo mostra que a espécie de peixe chamada de “Gambusia Holbrooki” – pasmem – sabe contar.

Eu sei, também fiquei um pouco perplexo com isso.

Para os céticos, a matéria na íntegra.

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Notoriamente, tão difícil quanto acreditar na evolução matemática da intuição de uma espécie de peixe, foi ler que o governo do estado do rio gastou R$ 70.000.000,00 (isso mesmo: setenta milhões de reais) na compra de 30.866 notebooks para serem distribuidos aos professores do ensino médio da rede estadual de ensino, segundo matéria do O Dia OnLine

Conta rápida: dividindo o valor pago pela quantidade total de notebooks, chegamos ao valor aproximado pago por cada notebook: R$ 2.267,87.

Não li nada a respeito da configuração da máquina (que chega com o forte apelo de auxiliar e inserir o professor na “Era Digital”)  mas por esse preço deve ser um super-notebook.

Ao contrário, o governo poderia ter tido um descontão em qualquer loja de informática para uma quantidade tão grande e a preços médios de R$ 1.800,00 por máquina.

O Shoptime vende até mais barato do que isso… 🙂

Essa é mais uma daquelas situações paradoxais, só que – absurdamente – reais.   É Como dar um carro para alguém que não tem dinheiro para comprar gasolina pois mal tem para se alimentar.

Pois é, alguns ganharão notebooks, outros não.   O critério para isso ainda é um mistério.

Porém, eu gostaria mesmo era ver tanto empenho empregado em gerir melhor um plano de cargos e salários para a classe e – sobretudo – fazer sobrar anualmente quantias expressivas (como aquela ali de cima) para a renovação do piso salarial (que é de R$ 448,00 atualmente) e novos aumentos.

Assim, pelo menos, teríamos a chance de escolher e (poderíamos) comprar o notebook que quiséssemos.

4 pensamentos sobre “Sobre peixes e notebooks

  1. Apoiado caro colega,
    Inclusive o SEPE fez a mesma crítica que você. A indignação da nossa categoria é geral, até por que foi promessa de campanha do atual governador reajustar o salário dos professores. É revoltante!

  2. Pingback: Sergio Blog 2.4

  3. Sem discutir o mérito de dever ou não dever comprar, já que isso é outro assunto, mas notando apenas a questão do valor.

    O governo não compra as coisas na loja mais barata. Ele faz licitação ou leilão. Isso nem sempre significa comprar mais barato.

    Eu vivo muito isso, pois tenho a chamada “taxa de bancada” as vezes você acha uma superoferta e quando vai comprar a loja diz, “eu não emito nota fical completa” (não é que a loja sonegue – apesar de ter muitas que fazem mesmo – mas nem toda loja precisa ter a chamada Nota Fiscal Completa). Aí não tem jeito. A oferta passa, é chato, mas é verdade.

  4. Recebi esse “PANO DE PRATO DE LUXO”, pois tem como único objetivo “enxugar”. Meus pratos????????!!!!!!!KKkkkkkkkkkkkkkkk. O referido objeto não pode ser usado na escola, pois pode “ser levado” por algum aluno e teremos que pagar por isso. Acessar a Internet é questão de pura sorte. Sou uma privilegiada porque consegui acessar umas três vezes. Há colegas que não nasceram com a mesma sorte que eu e só conseguem usar o Word.
    Que máximo! ! ! Tenho um notebook e R$600,00 reais no Itaú. Esse valor não é “sobra” de salário. É o meu salário.
    Perdão, preciso retificar o uso do pronome em 1ª pessoa do singular. Pode até servir como exercício: PASSE O TEXTO ACIMA PARA A 1ª PESSOA DO PLURAL PARA QUE A PERSONAGEM NÃO SEJA EGOÍSTA E POSSA MOSTRAR A VERDADE.
    Meu lindo, o seu texto é sensacional, verdadeiro e com destaque para o 1º parágrafo. Obrigada. Amei. Tudo de muito bom para você.

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